domingo, 21 de fevereiro de 2010

Cursiva X Bastão... E agora????


Para quem convive em escolas e com as séries iniciais, um assunto é bastante discutido entre educadores e pais: o estilo de letra a ser utilizado pelas crianças. Existem, na nossa língua, várias maneiras de registrar graficamente a mesma letra, cabe ao professor apresentar às crianças as letras do alfabeto, bem como suas variações.
Primeiramente, apenas o alfabeto de letras maiúsculas, este procedimento não é apenas uma moda: é uma forma mais fácil, de se chegar ao aprendizado da leitura. Para dominar o mundo das letras, a criança passa pelo processo de alfabetização. Mas, e agora? O alfabeto foi aprendido, os valores sonoros de cada letra também. As palavras viraram histórias e eis que vem a pergunta: “Posso escrever com letra pegada?”.
A criança sente necessidade de uma auto-afirmação, e a letra do tipo imprensa parece não mais atender ao seu desejo, pois ela a vê como letra de criança pequena. Como agir?É com as letras tipo imprensa que as crianças têm um maior contato desde cedo, em jornais, revistas, livros, televisão, embalagens, rótulos, no teclado do computador... O que resulta em uma elaboração de hipótese sobre a escrita muito precocemente. O traçado é simples, dando à criança liberdade ao ato de escrever, favorecendo a percepção das unidades e diminuindo o esforço motor.
A letra cursiva exige da criança uma coordenação motora mais definida. A escrita cursiva tem duas questões: o traçado das letras tende a se modificar na escrita de cada um e a escrita cursiva produz ligaduras. Depois de unidas as letras, o aspecto gráfico pode mascarar os limites individuais das letras, gerando confusões entre os usuários. É mais importante que a criança compreenda e entenda a função e as características da escrita do que se preocupe com o tipo de letra a ser utilizado.
“Em primeiro lugar, é preciso ensinar a escrever e, somente depois, deve-se preocupar com os requintes da escrita”.
O mundo está escrito em letras de forma. O mesmo mundo onde a criança vive, cresce e aprende. Não espere dela um desenvolvimento pleno em cursivas quando tudo o que ela lê em torno dela é escrito com letras de forma.
As letras de forma são naturais para ela, pois fazem parte do seu mundo.
No primeiro momento em que a criança está no processo de aquisição da escrita, a letra em bastão é imprescindível, pois visa respeitar a sequência do desenvolvimento visual e motor da criança.
Mas isso não quer dizer que o aluno não vai precisar conhecer e usar a letra cursiva. Mais tarde, quando a criança já tem o domínio da escrita alfabética deve-se trabalhar os traços da letra cursiva.
Para entrar no mundo da escrita, é importante que as crianças interajam e conheçam a diversidade de letras e novas formas de linguagem existentes nesse universo. Essa é a verdadeira intenção do trabalho com o 1ºano.
No trabalho com crianças, é preciso ter em mente que elas são seres individuais, únicos e diferentes sendo que esta diferença é que faz da educação algo maravilhoso onde a rotina não tem vez. O importante é compreender o que está escrito.
Vamos, portanto, deixar que as crianças escrevam e que exercitem sua liberdade de registrar idéias. Todo o restante será conseqüência de um trabalho feito com amor.
O maior privilégio de um professor é poder caminhar lado a lado com os seus alunos, observando seus progressos e auxiliando nos seus tropeços.
Se for estabelecida uma comunicação entre professor e aluno, a finalidade da escrita estará cumprida.

Professora Susane Moreira do Nascimento. 1ºano – Horto – 2009. Este artigo foi baseado em várias bibliografias sobre Alfabetização.

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