quarta-feira, 28 de julho de 2010

Scooby Doo, Penélope Charmosa e outros veteranos.


É interessante como existem personagens que nunca saem de moda e outros que vão e voltam fazendo enorme sucesso. É o caso do Pica-Pau, resgatado pela Rede Record e pelo Cartoon Network (houve um período em que passavam no mesmo horário), Popey, resgatado pelo Habbib’s e mais recentemente a superfeminina Penélope Charmosa, transformada em boneca pela Estrela, talvez buscando ocupar o lugar que um dia foi da Susi, resgatada recentemente pelo mesmo fabricante.
O que estes desenhos têm de especial para atrair a atenção da garotada? Primeiro estão na memória de muitos pais, o que é um endosso poderoso, depois mostram como os espertos, mesmo pequenos, conseguem vencer os malvados. De todos talvez o Pica-Pau e o Jerry (do Tom e Jerry) sejam os mais polêmicos, e deixem nossos filhos um pouco mais levadinhos, mas um pouco de “arte” faz bem, desde que dosada; ou seja, tem que haver limites. Brincar que os bonecos briguem é uma forma de extravasar os conflitos, já chutar a canela da tia idosa é completa falta de educação.
A Penélope carrega o padrão sonhado por muitas meninas, ou seja, é feminina, ousada, esperta e boazinha. Que mãe com mais de trinta e tantos anos não quis um carro cor-de-rosa com batom que saía do porta-luvas e passava sozinho? Hoje produtos licenciados e desenhos animados andam de mãos dadas, mas mesmo sem grande visibilidade, Penélope tem chances de “pegar”, assim como as princesas ou a Barbie.
Pelo outro lado um grupo legal que não sai da grade (SBT e Cartoon) é a turma do Scooby Doo. Além do desenho ser uma delícia, por envolver mistérios e suspense, mostra um grupo completamente eclético, o que faz com que a criança entenda e aceite a sociabilização na diversidade. Jovens com perfis completamente diferentes se juntam para desvendar mistérios recheados de muito humor. Crianças pequenas, quando criadas abertamente e sem preconceitos para sociabilidade, não enxergam esta diversidade, mas é um reforço na idéia de que todos podem ser amigos mesmo sendo diferentes.
Enquanto a criança é pequena ela precisa destes modelos para se expressar. Meu filho já quis ser o Pedrinho do Sítio do Pica Pau Amarelo, o Superman, O Batman, o Indiana Jones e agora o Fred do Scooby.
O que todos estes personagens tem em comum? São importantes porque fazem coisas boas e acabam recompensados.
Para as meninas a mesma coisa. Querem ser a Branca de Neve, a Cinderela, a Barbie e talvez a Penélope, pois elas são personagens de fibra, que também são recompensadas no final.
Estereotipo ou hormônios? Já li que por volta dos 4 anos os hormônios estão em ebulição. É a “bebecência”, a adolescência infantil. Meninas são sociais e meninos são agitados, e estes personagens em maior ou menor grau são um reflexo disto.
A maioria os desenhos de Hanna-Barbera, conseguem captar bem a essência infantil, mesmo com as mudanças sócio-tecnológicas dos últimos 20 anos; e por isso ainda fazem sucesso. Flinstons e Jetsons mostram um modelo de família que não existe mais em muitos lares, mas retratam alguns conflitos atuais com bom humor.
É uma pena que o Cartoon, detentor dos direitos sobre o acervo dos estúdios Hanna-Barbera, esteja deixando de lado a fórmula que o consagrou, de mesclar desenhos consagrados aos horríveis desenhos escatológicos, apesar dos consagrados ainda aparecerem timidamente na grade, provavelmente porque o canal percebeu que está “herdando” as crianças com menos de 6 anos “que mudaram de fase” e não querem mais assistir ao Discovery Kids (mesmo gostando muito de alguns programas como Mister Maker e Lazytown) ou talvez para apaziguar as duras críticas que sofreu nos últimos anos, por causa de seus slogans como “a gente faz o que quer”. (Hello, isso é de enlouquecer qualquer pai!!!!).
De qualquer forma criança que desenvolve a imaginação tem maiores chances de se transformar num adulto criativo e conciliador de conflitos, por isso não custa assistir.

Fonte: http://vivianbraunstein.blogspot.com/

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